Alma Penada

Não, não é bem como nos pensávamos
Até agora, me iludiram, mentiram
Fizeram falsas promessas...
De que tudo seria um paraíso...

Até me disseram que tudo iria dar certo,
Mentira! Um poço de falsidades,
É um buraco sem fim, sem nexo.

Não existiu de verdade quem passasse a mão na sua cabeça,
Apenas a queriam num prato!
Eles só queriam a mim.

E tu afundaste!
Querendo ou não, já era...
Olha pra mim
Tu nem cuidastes para que não me maltratassem,
Sendo eu tua própria alma
Sorte eu ser imortal

Eu sei quem tomou o cálice das tuas dores!
Quem sofreu com teus devaneios?
Eu!

E por quê?
O que eu te fiz?
Apertei-te demais para segurares firme?
Foste inóspito perante os sentimentos que te emprestei...

Mas nem importa viu...
Sou só eu, e eu mesmo
O resto não me acompanha...
Discorro para não mais ver-te em mim

Que alívio...
Talvez seja melhor assim!
Só um! Só eu, apenas eu!

Que foi? Nunca viu alma penando?
O que está olhando?
Ah, esta esperando um final feliz?
Não tem, nem final, nem feliz.

Que afundemos juntos então.
Vocês ao inferno, e eu por aqui:
Eternamente em busca de um sentido,
Para tudo isso...



Entendendo um pouco melhor...

Se trata de uma alma, que acabou de se separar de seu corpo (desencarnou, morreu, bateu as botas, como preferir). Ela retrata a insatisfação da alma de uma pessoa que não deu valor a própria vida, é uma conversa com o próprio corpo.
Ela demonstra estar descuidada abatida e bastante chateada, muito irritada, porque mentiram pra ela, ela ainda não entende que o paraíso prometido é sim real, mas para ir para lá, seria necessário que o "ser" em discussão, tivesse cuidado da Alma, o que não aconteceu e a deixou vagando, procurando um porquê, para tudo isso.
Na penúltima estrofe, o eu-lírico testa a comunicação com os ouvintes, afim de levar até eles um pouco da situação, em intúito de que o receptor se coloque em consiência e cuide da sua alma.

Com esse poema, consegui o segundo lugar em autoria na Semana Cultural do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais - Campus Inconfidentes, em 2010.
Professoras de prova, nunca imaginei que pudesse vencer, deu um "orgúio"...

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